Em 2021, troquei minha cama por uma mochila e virei o que a internet gosta de chamar de nômade digital. Isso significa que entreguei o apartamento onde morava com duas amigas no Rio de Janeiro, vendi uma parte do que tinha, doei outra e não tenho mais moradia fixa. Coloquei o que sobrou na mochila e viajo enquanto trabalho de maneira remota.
É, de fato, um sonho realizado poder conhecer diversos lugares, ter liberdade geográfica, morar a 10 passos da praia por um preço que cabe no meu bolso. Mas ter uma vida em movimento, ainda que seja em um estilo “slow travel”, me colocou diante de desafios como: e se eu ficar doente e precisar de um médico? Se acontecer um acidente e eu me machucar? Ou, ainda, apenas precisar fazer algum exame ou uma consulta de rotina? Ou tomar vacina?
Spoiler: tudo isso aconteceu em pouco mais de um ano vivendo como nômade digital!
Tive inflamação na garganta, gripe, covid, candidíase, reação na pele por estresse, quebrei duas costelas, depois um dente, queimei a perna no escapamento de uma moto, precisei tomar vacina e ir para emergência quando o Trevo (meu gato), por acidente, arranhou meu olho e abriu minha pálpebra.






Como um nômade cuida da saúde enquanto viaja?
Se você está viajando pelo Brasil, tenho uma boa notícia. Nosso país, tem o maior sistema de saúde público do mundo. O SUS é o único no planeta que oferece um serviço de saúde gratuito para mais de 190 milhões de pessoas.
Como, na maioria das vezes, eu escolho destinos de praia por causa do surf é normal que more um tempo em cidades bem pequenas, com menos de 5 mil habitantes, como Itamambuca – SP e Maracaípe – PE. São destinos com infraestrutura limitada, sem acesso ou distantes de hospitais particulares, consultórios médicos variados ou laboratórios.
Quando quebrei a costela em Itamambuca, fiquei com covid em Cabo Frio e queimei a perna em Maracaípe fui atendida pelo SUS.


Eu também tenho plano de saúde. Então, quando estou em metrópoles, com mais estrutura, como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba ou Recife procuro pela emergência na rede credenciada, como foi o caso de quando o Trevo rasgou minha pálpebra. Nesses casos, também aproveito para marcar alguma consulta médica se estiver precisando, fazer um exame ou até um check-up – que faço 1 vez por ano.
Se não for o caso de ter o serviço que preciso nem no SUS nem na rede do plano, procuro por uma clínica particular. Eu tenho uma reserva financeira de emergência, que me dá tranquilidade quando acontece um imprevisto como esses. Foi o que fiz quando quebrei o dente em Maracaípe e paguei 150 reais pela consulta no consultório de uma dentista local.

Para quem faz uma viagem internacional é indispensável garantir um seguro saúde, verificar a cobertura disponível, o limite para despesas médicas, quais as coberturas extras, como funciona reembolso, facilidade de acionar o suporte, etc.
Resumindo, o que fazer se precisar cuidar da saúde enquanto viaja:
- Procure uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou Unidades Básicas de Saúde (UBS) do SUS
Nosso Sistema Único de Saúde oferece atendimentos de emergência, consultas, medicamentos gratuitos. Além de atendimentos básicos e gratuitos em pediatria, ginecologia, clínica geral, enfermagem e odontologia. No aplicativo Conecte SUS, disponível para Android e IOS, você encontra as unidades mais próximas de você, antedimentos realizados, resultado de exames, seu histórico de vacinação, dentre outras informações; - Procure um hospital ou consultório credenciado do seu plano de saúde, caso tenha;
- Procure um consultório ou especialista local no particular;
- Acione seu seguro saúde, em caso de viagens internacionais.
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